domingo, 3 de dezembro de 2017

É NATAL !


Um homem muito avarento, que tinha por único objetivo de vida lucrar e sobreviver no mundo dos negócios, chamado Scrooge, havia perdido seu sócio Marley já se passavam 7 anos.

Nem familiares, nem colaboradores, nem clientes, nem vizinhos, tão pouco amigos lhe importavam. Julgava a todos interesseiros e com todos só tratava de seus próprios interesses.

Eis que na véspera de uma noite de natal Scrooge tem uma alucinação e imagina que seu sócio Marley lhe surja repentinamente para afirmar que ele sofrerá muito se mantiver sua forma de convívio social.

Nessa alucinação, Marley diz a Scrooge que ele receberá mais três figuras imaginárias, uma a cada noite.

Na noite seguinte vem-lhe a mente a primeira das figuras imaginárias e esta surge do seu passado. O faz relembrar o menino, o jovem que foi; as pessoas  queridas de sua família, sua irmã e seu primeiro patrão. Relembrou como essas pessoas eram felizes, embora sem juntar nenhum centavo... e o quanto, assim vivendo, tentavam fazer outras pessoas igualmente felizes. Então Scrooge relembrou o quanto havia sido feliz naquela fase de sua vida.

Na terceira noite a nova figura imaginária lhe surge do presente e lhe mostra imagens com pessoas que lamentavam sua atitude avarenta, o quanto perdia a chance de fazê-las felizes, sem que nada promovesse a seu favor. Scrooge percebeu que abdicava de ser feliz.

Então, na quarta noite em seu devaneio, Scrooge sente cansaço e arrependimento pela forma como vem conduzindo sua vida e a influência de suas atitudes na vida de outras pessoas. E nesse momento lhe veio a mente o natal futuro.

Sem falar, essa última figura imaginária apenas apontava os acontecimentos.

Com medo do que via, e arrependimento de seus atos, Scrooge diz à figura querer ter a chance de refazer sua vida. Porém o que lhe é mostrado em sua alucinação é solidão, tristeza sem fim, pois esse empresário havia perdido o hábito de respeitar seus semelhantes.

Implorando piedade, Scrooge retorna a sua casa quando percebe que essas três noites jamais haviam acontecido, e que ainda é Natal. É quando resolve mudar verdadeiramente o rumo de seu destino. E ao invés de ver os negócios como razão de viver, lembra que as pessoas e o bem-estar de todos deve ser a sua missão de vida. A humanidade, seus semelhantes – todos sem exceção deve ser a sua missão!


Com esse excerto de Um Conto de Natal (A Christmas Carol), de Charles Dickens, construo esta mensagem pela data magna do Cristianismo, dirigida a Confreiras e Confrades da Academia de Ciências Contábeis do Estado do Rio de Janeiro, a profissionais da contabilidade e a todas e todos que desta vierem a ter conhecimento.

A maioria dos povos por todo o mundo, das mais diversas etnias, raças e crenças religiosas consagra o mês de dezembro, e em particular o dia 25, como a data do nascimento do Menino Jesus. Data que deve servir a todos para relembrar os ensinamentos legados pelo Salvador há 2.017 anos. No entanto, o que se vê na contramão da mensagem divina, é a prevalência do comércio, da compra e da troca de presentes, e por isso a data se expande para povos orientais, por exemplo. Os negócios parecem prevalecer à mensagem Cristã.

Para os profissionais da contabilidade, dezembro é o mês da apuração de resultados, do levantamento de balanços, da preparação dos dados para as declarações fiscais.

Tendo em mente o romance de Dickens e a mensagem filosófica trazida pelo personagem Scrooge, cabem-nos algumas reflexões:
Que resultados serão apurados de nossas ações cotidianas em favor das pessoas com as quais nos relacionamos e que nos cercam?
Que balanço resultará das atitudes humanitárias que pudemos incentivar ou empreender ao longo de nossa jornada?
Quais dados irão compor a declaração que faremos à nossa própria consciência dos atos de compaixão e acolhimento que tivemos com aqueles que pensam, agem ou têm escolhas diferentes das nossas?

Pessoas de bem que somos, temos feito a nossa parte com afinco. Mas a vida é um processo de evolução diária e certamente nos propicia melhorar cada vez mais nossa forma de ser.

Dispensamos a necessidade de ter alucinações para compreendermos que o Natal deva ser celebrado a cada dia de nossas vidas, que os negócios devam ser um meio ao invés de ser a razão de viver, que as pessoas e o bem-estar de todos deva ser a missão de vida de cada um e de todos nós.

Celebrando o nascimento do Menino Jesus, aprendendo Sua lição e com Ele praticando o bem (pouco importa a quem ...) tenhamos todas e todos um Santo e Feliz Natal.


Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2.017


Joper Padrão do Espírito Santo
Cátedra 01 ACCERJ

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