Um
homem muito avarento, que tinha por único objetivo de vida lucrar e sobreviver
no mundo dos negócios, chamado Scrooge, havia perdido seu sócio Marley já se
passavam 7 anos.
Nem
familiares, nem colaboradores, nem clientes, nem vizinhos, tão pouco amigos lhe
importavam. Julgava a todos interesseiros e com todos só tratava de seus
próprios interesses.
Eis
que na véspera de uma noite de natal Scrooge tem uma alucinação e imagina que
seu sócio Marley lhe surja repentinamente para afirmar que ele sofrerá muito se
mantiver sua forma de convívio social.
Nessa
alucinação, Marley diz a Scrooge que ele receberá mais três figuras imaginárias,
uma a cada noite.
Na
noite seguinte vem-lhe a mente a primeira das figuras imaginárias e esta surge do
seu passado. O faz relembrar o menino, o jovem que foi; as pessoas queridas de sua família, sua irmã e seu
primeiro patrão. Relembrou como essas pessoas eram felizes, embora sem juntar
nenhum centavo... e o quanto, assim vivendo, tentavam fazer outras pessoas
igualmente felizes. Então Scrooge relembrou o quanto havia sido feliz naquela
fase de sua vida.
Na
terceira noite a nova figura imaginária lhe surge do presente e lhe mostra
imagens com pessoas que lamentavam sua atitude avarenta, o quanto perdia a
chance de fazê-las felizes, sem que nada promovesse a seu favor. Scrooge
percebeu que abdicava de ser feliz.
Então, na quarta noite em seu devaneio, Scrooge sente
cansaço e arrependimento pela forma como vem conduzindo sua vida e a influência
de suas atitudes na vida de outras pessoas. E
nesse momento lhe veio a mente o natal futuro.
Sem
falar, essa última figura imaginária apenas apontava os acontecimentos.
Com
medo do que via, e arrependimento de seus atos, Scrooge diz à figura querer ter
a chance de refazer sua vida. Porém o que lhe é mostrado em sua alucinação é
solidão, tristeza sem fim, pois esse empresário havia perdido o hábito de
respeitar seus semelhantes.
Implorando
piedade, Scrooge retorna a sua casa quando percebe que essas três noites jamais
haviam acontecido, e que ainda é Natal. É quando resolve mudar verdadeiramente
o rumo de seu destino. E ao invés de ver os negócios como razão de viver,
lembra que as pessoas e o bem-estar de todos deve ser a sua missão de vida. A
humanidade, seus semelhantes – todos sem exceção deve ser a sua missão!
Com
esse excerto de Um Conto de Natal (A
Christmas Carol), de Charles Dickens, construo esta mensagem pela data
magna do Cristianismo, dirigida a Confreiras e Confrades da Academia de
Ciências Contábeis do Estado do Rio de Janeiro, a profissionais da
contabilidade e a todas e todos que desta vierem a ter conhecimento.
A
maioria dos povos por todo o mundo, das mais diversas etnias, raças e crenças
religiosas consagra o mês de dezembro, e em particular o dia 25, como a data do
nascimento do Menino Jesus. Data que deve servir a todos para relembrar os
ensinamentos legados pelo Salvador há 2.017 anos. No entanto, o que se vê na
contramão da mensagem divina, é a prevalência do comércio, da compra e da troca
de presentes, e por isso a data se expande para povos orientais, por exemplo.
Os negócios parecem prevalecer à mensagem Cristã.
Para
os profissionais da contabilidade, dezembro é o mês da apuração de resultados,
do levantamento de balanços, da preparação dos dados para as declarações
fiscais.
Tendo
em mente o romance de Dickens e a mensagem filosófica trazida pelo personagem
Scrooge, cabem-nos algumas reflexões:
Que resultados serão apurados de
nossas ações cotidianas em favor das pessoas com as quais nos relacionamos e que
nos cercam?
Que balanço resultará das atitudes
humanitárias que pudemos incentivar ou empreender ao longo de nossa jornada?
Quais dados irão compor a declaração
que faremos à nossa própria consciência dos atos de compaixão e acolhimento que
tivemos com aqueles que pensam, agem ou têm escolhas diferentes das nossas?
Pessoas
de bem que somos, temos feito a nossa parte com afinco. Mas a vida é um
processo de evolução diária e certamente nos propicia melhorar cada vez mais
nossa forma de ser.
Dispensamos
a necessidade de ter alucinações para compreendermos que o Natal deva ser
celebrado a cada dia de nossas vidas, que os negócios devam ser um meio ao invés
de ser a razão de viver, que as pessoas e o bem-estar de todos deva ser a
missão de vida de cada um e de todos nós.
Celebrando
o nascimento do Menino Jesus, aprendendo Sua lição e com Ele praticando o bem
(pouco importa a quem ...) tenhamos todas e todos um Santo e Feliz Natal.
Rio
de Janeiro, 02 de dezembro de 2.017
Joper
Padrão do Espírito Santo
Cátedra 01 ACCERJ
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