sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
domingo, 24 de janeiro de 2016
Aposentado, Retirado ou REPOSICIONADO ?
Justo Veríssimo dizia: "Palavras são palavras, nada mais que palavras". Genial! Chico Anisio imortalizou o político descomprometido com seus discursos.
Na verdade, palavras têm significado e peso específico, costumo afirmar. Parafraseando, eu digo: palavras são palavras e significados, MUITO MAIS QUE PALAVRAS. Especialmente no nosso rico idioma. Mais especialmente ainda em nossa linguagem no Brasil.
Hoje é o Dia Nacional do Aposentado. Em 24 de janeiro de 1923 o Presidente Arthur Bernardes, pelo Decreto 4.682 (1) , "Crêa, em cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país, uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os respectivos empregados (sic)." Iniciativa do Deputado Federal por Pindamonhangaba Eloi Chaves. Eram os primórdios da previdência social no Brasil.
Outros tempos .... "Entre 1901 e 2000, a população brasileira saltou de 17,4 para 169,6 milhões de pessoas, e 10% desse crescimento se deve aos imigrantes e a expectativa de vida de um homem brasileiro subia dos 33,4 anos em 1910 para os 64,8 anos em 2000" (2). Hoje somos mais de 205 milhões de brasileiros e a expectativa de vida sobe para 74,9 anos.
Nas primeiras décadas do Século passado seria razoável imaginar que após cumprirem mais de 30 anos de trabalho, as pessoas ficassem alojadas em seus aposentos. Estariam, então, literalmente aposentadas.
Em Portugal, e em países de língua inglesa, sempre se adotou palavra mais adequada para os tempos modernos. Lá se diz "retirado". Sim! Retirado do mercado de trabalho.
Hoje, proponho que se adote outro termo mais representativo aos dias que vivemos e que se anunciam para o futuro próximo: REPOSICIONADO!
Aposentado dá a falsa de ideia do ser recluso na expectativa de ver os dias passarem. Longe desse tipo.
Retirado lembra os sonhos do laser, das viagens, de usufruto do período pós laboral. Cada vez mais distante esse estereótipo.
Reposicionado traduz a nova atitude daqueles que precisam reinventar suas trajetórias para enfrentar os desafios da sobrevivência futura.
Ao escrever esta reflexão assisto a entrevista concedida em 2014 pelo poeta Ferreira Goulart para Roberto D' Ávila. No vigor de seus 85 anos de vida (esplêndida vida!) o ilustre maranhense é um exemplo daquele incansável ser que se refaz a cada momento. Escritor, poeta, crítico de arte, tradutor, memorialista, ensaísta, gestor público ... fez de tudo ... e ainda fará muito mais.
Melhor que ninguém, Ferreira traça sua visão de vida no poema para o Trenzinho Caipira de Villa Lobos:
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar, no ar... (...)
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar, no ar... (...)
Ao viver a experiência da transição laboral, sinto-me credenciado a dizer a meus colegas de carreira futura, de hoje e do amanhã: FELIZ DIA DO REPOSICIONADO! Correndo entre as estrelas a voar, no ar, no ar, no ar ,,,
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
ORGANIZAÇÕES SÃO O RESULTADO DA INTERAÇÃO DAS PESSOAS
Organizações são o resultado da interação das pessoas que as integram, afirmo categoricamente.
Interação significa a influência mútua de órgãos ou organismos inter-relacionados; a ação mútua ou compartilhada entre dois ou mais corpos ou indivíduos.
O ser humano interage com tudo, com todos, desde sempre e por todo o sempre. No ventre da mãe; quando bebê, criança, adolescente, adulto. Pouco importa a idade, condição social, etnia, religião, local de nascimento ou domicilio. Interage com seus comuns (os da espécie humana) e com todos os seres da Natureza.
Nas organizações, é quando duas ou mais pessoas estão empenhadas em trabalhar no sentido da realização dos objetivos corporativos, quando a ação de uma provoca uma reação na outra, e em todas as demais por via de consequência.
Mais do que cumprir com as exigências legais, prover os colaboradores dos meios essenciais à sua boa condição de vida no ambiente corporativo é uma atitude indispensável ao gestor que deseja unir as pessoas, transformando-as, no coletivo, em uma autêntica equipe de trabalho.
Como ensina Maslow, a primeira necessidade da pirâmide por ele proposta é a satisfação das condições básicas de vida. Higiene, salubridade, acesso à água potável, a ventilação, um clima que proporcione o bem-estar do ser humano é essencial para que todo o mais ocorra.
Parece o óbvio, mas nem sempre os desafios corporativos possibilitam que os gestores estejam atentos a entender e atender a essas circunstâncias. Os que o fazem, colhem bons frutos e as organizações que dirigem recuperam e consolidam a imagem e desempenham a contento o seu papel na sociedade.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Padrão Positivo
Tenho acompanhado com afinco o noticiário e procuro conversar o mais possível, com pessoas que admiro e respeito, a propósito dos desafios que enfrentamos no Brasil e no Mundo.
O cardápio é variado e permite manter diálogos muito proveitosos. Alguns se mostram incertos com os rumos de nosso País. Outros, desesperançosos com a Humanidade. Há quem seja extremamente pessimista. Existem os moralistas. aqueles que pregam sem perceberem contradições entre seus discursos e suas atitudes.
O noticiário massacra. Crise é uma palavra em voga. Inflação, moeda brasileira mais fraca, subida de preços. Crise vergonhosa na saúde. Autoridades públicas parecem perdidas, sem saber direcionar os rumos corretos. Governantes ironizam seus secretários em entrevistas ao invés de substituí-los ou lhes aplicar suas reprimendas em caráter reservado.
Uma sucessão de fatos e notícias que faz lembrar o charmoso jornalista carioca Sérgio Porto (1923-1968) - o Stanislaw Ponte Preta - que um dia criou a coluna FEBEAPÁ - o Festival de Besteiras que Assola o País ... Fosse ele vivo teria hoje um manancial inesgotável para suas crônicas deliciosas de ler.
Diante disso tudo, matutei e decidi. O espaço virtual que uso para compartilhar minhas reflexões com meus amigos, leitores e seguidores na Internet merece ter maior clareza em relação à minha forma de reagir a tudo isso. Sim, porque assumidamente, vejo o futuro de forma pró-ativa - POSITIVA. Por isso, decido intitular de Padrão Positivo minhas reflexões.
Aliás, tenho boas companhias. Agora mesmo acabo de assistir a entrevista do Presidente Fernando Henrique Cardoso para o Manhattan Connection da Globo News. Ao final, indagado sobre qual pergunta gostaria de fazer a si mesmo se fosse o seu próprio entrevistador, ele afirma com um semblante sereno: "A pergunta? Eu (ele) diria: Vale mesmo a pena? E a resposta que eu daria: Eu acho que vale, que sempre vale ..." concluiu com um suave sorriso.
Pois bem: que os pessimistas de plantão me perdoem, mas manter a alegria de viver é fundamental. E, como afirma um outro Fernando, igualmente intelectual, o Pessoa, guarda-livros e poeta lusitano, Tudo vale a pena quando a alma não é pequena ! Por isso, sinto minh´alma se agigantar a cada dia. Pensar Positivo. Agir Positivo. Ter um Padrão Positivo de viver!
* imagem - fonte: http://ooutroladodamoeda.com.br/2013/04/o-festival-da-besteira-que-assola-o-pais-de-stanislaw-ponte-preta/
sábado, 2 de janeiro de 2016
Mas Que Calor!!! Essa deve ser uma das expressões mais usadas em várias partes do Mundo nestes tempos.
Sandra Coutinho, correspondente da Globo News em Nova York, dizia com charm estar surpresa com a temperatura naquela Capital estadunidense que no dia 24 de dezembro registrou nada mais nada menos que 22º Celsius (http://www.accuweather.com/pt/us/new-york-ny/10007/month/349727?monyr=12/01/2015). Nem Papai Noel acreditaria ...
Na 21ª COP Conferência do Clima, realizada em Paris, representantes de 195 países firmaram Acordo que, dentre tantas clausulas importantes, destaca-se o compromisso dos signatários em promover ações para que a temperatura média do planeta "sofra uma elevação "muito abaixo de 2°C" até 2100 em comparação à média do planeta antes da Revolução Industrial" (http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/12/acordo-de-paris-sobre-o-clima-veja-perguntas-e-respostas.html).
Governos, empresários a toda a sociedade tem papel fundamental para o alcance dessa intenção. Nós, Consultores de organizações, igualmente somos protagonistas da mudança que precisar impregnar as organizações.
Urge que atitudes nos falam pavimentar caminhos futuros diferentes traçados por alguns, como por exemplo os prognósticos mencionados por Ana Toni em seu Editorial publicado em O Globo de 1º/01/2016 sob o título "O Rio que estamos perdendo".
Atuemos om a urgência devida e com entusiasmo, mas sem jamais perder de vista dias melhores no futuro ... mesmo que tenhamos que dizer "Mas que calor!!!!" Ufa!!!!
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
Amanhã ... quem o fará (3)
As reflexões que tenho feito sobre o futuro partem de uma conversa que tive com um jovem que admiro, com bom berço, família bem estruturada de classe média alta, que aos quinze anos de idade sentenciou, quando lhe indaguei o que pretendia fazer na sua formação como adulto (uma pergunta recorrente que lhe faço vez em quando ...): "Joper, penso em me mudar para um outro País. Aqui está tudo errado. muita violência, corrupção, crise ... quero outra vida pra mim".
Conversávamos sobre a inauguração do Museu do Amanhã e ele complementava: "A saúde em crise e o Governo inaugura um Museu. Tudo errado ...."
Argumentei as razões pela qual o Museu era importante, embora os cuidados com a saúde pública o fossem mais ainda. Disse-lhe que o Museu, assim como a revitalização do Porto do Rio, eram fruto do investimento de capitais privados. Lembrei o quanto era importante para as comunidades da região, tão abandonadas por décadas, e das proximidades, como as do Complexo do Alemão e da Maré seriam beneficiadas indiretamente pela oferta de empregos gerados pelas obras em curso na Praça Mauá e adjacências.
Nenhum argumento funcionava. Ele estava convencido de que deveria sair do País para viver sua vida. Foi quando me ocorreu lembrar que nem todos os jovens pensavam como ele e exemplifiquei com o jovem Prefeito da Capital. Disse-lhe então: "O que seria da Cidade Maravilhosa se um menino de 15 anos chamado Eduardo Paes, há pouco tempo atrás, tivesse ido para o exterior? Como estaria nossa Cidade hoje em dia? Melhor ou pior? Amanhã, quem o fará?"
Esse parece ter sido o único argumento para fazer meu jovem amigo Juninho refletir. Ele silenciou e ficou pensando naquelas palavras. Qual será sua decisão, só o tempo dirá.
Hoje pela manhã, neste primeiro dia de um novo ano, leio na coluna de Ancelmo Gois para O Globo, no artigo intitulado Bye, bye, Brasil: "O Brasil passa por um momento de pessimismo tão grande que um conceituado economista prevê aumento expressivo do número dos que querem ir embora. E não apenas os ricos, que, em geral, mandam a grana na frente. Assusta um possível êxodo dos mais pobres, quase sempre gente mais empreendedora que topa sacrifícios para dar uma chance a seus filhos; É pena."
Permaneço na minha convicção de que precisamos fazer de tudo para atrair os jovens para enfrentar nossos desafios dentro de nossas fronteiras. E, a propósito, relembro as palavras do empresário Antenor de Barros Leal Filho em meu livro Construindo o Futuro - Novas Gerações na Trilha da Responsabilidade Social (Editorio, 2013): " O Brasil tem que arregaçar as mangas, equipar seus competidores e instruir seus contendores para esta corrida formidável pelo progresso. Ou faz isso através dos jovens, ou estará condenado à mediocridade crescente e excludente."
Eu prefiro ficar com o Brasil que arregaça as mangas, com o otimismo realista e perseverança.
* Foto colhida em http://blog.encontresuaviagem.com.br/passagens-aereas-promocionais/voo-direto-conexao-e-escala
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