sábado, 27 de junho de 2015

É Preciso Ser o Agente de Nossas Próprias Mudanças

A Vida é um interminável fio de mudanças. "Tudo o que nasce deve morrer, passando pela natureza em direção à eternidade", afirmou corretamente William Shakespeare.
O ser humano tem o livre arbítrio de optar por ser um espectador das mudanças que lhe afetam ou buscar o papel de protagonista de sua trajetória.
Rotina e acomodação são armadilhas. A paz interior se sente abalada mais pela estagnação, pela acomodação, do que pelas circunstâncias externas que nos rodeiam a cada instante.
Quando a pessoa busca ser o permanente promotor de suas próprias mudanças, se sente robustecida para se defrontar com as adversidades.
Confiante, com serenidade, compreendendo a teia de relações e as suas ancestralidades, a pessoa humana segue sua trajetória de desenvolvimento individual e coletivo.
Sem dúvida, é conveniente, é preciso ser o agente de nossas próprias mudanças.

domingo, 21 de junho de 2015

CONEXÕES PRODUTIVAS E RESPEITOSAS

Fazer de cada atitude uma oportunidade para construir a Paz e apresentar-se como ser humano útil a um número cada vez maior de pessoas, é demonstração de sabedoria.

As chances são inúmeras e estão no cotidiano. Um simples gesto pode mudar o rumo dos acontecimentos. Qual o significado de um cumprimento cordial no elevador, ao iniciar o dia, para alguém que à noite esteve diante de suas incertezas? Quanto vale a ajuda a uma pessoa para atravessar uma rua, se ela demonstra dificuldade de caminhar? O que representa o nosso aplauso para um malabarista de rua, desses que se apresentam nos cruzamentos das ruas em nossas cidades?

E qual o valor da contemplação do cenário que o céu nos apresenta, pouco importa se em azul radiante, ou cinza chuvoso? Ou cantarolar em nossa mente uma bela canção que nos agrade? Ou lembrar de uma passagem com pessoas queridas?

Sempre possível passar a mão no Smartphone e digitar uma mensagem pelo WhatsApp para alguém de nossas relações, com quem estamos a algum tempo distantes, com algo do tipo "Que nosso dia seja iluminado ...".

São os pequenos gestos que fazem as grandes diferenças. Assim se constroem conexões produtivas e respeitosas. Assim se faz a paz!


segunda-feira, 15 de junho de 2015

A ORIGEM DO CONTO DO VIGÁRIO (por Fernando Pessoa)

Muitas são as vezes que empregamos expressões desconhecendo, ao certo sua origem. "Conto do Vigário" é uma dessas. Admirador que sou de Fernando Pessoa, e bem relacionado com amigos ilustres, como Boaventura Nogueira (de Torres Vedras - Portugal) e Antonio Joaquim (de Duque de Caxias - Brasil), tendo recebido esta pérola, logo me apressei em compartilha-la  pelo meu Blog. Sem interferir no texto original, apenas procurei adaptar a escrita à grafia do Brasil). Boa leitura e todos.
Joper Padrão


Vivia há já não poucos anos, algures, num conselho do Ribatejo, um pequeno lavrador, e negociante de gado, chamado Manuel Peres Vigário.
Da sua qualidade, como diriam os psicólogos práticos, falará o bastante a circunstância que dá princípio a esta narrativa. Chegou uma vez ao pé dele certo fabricante ilegal de notas falsas, e disse-lhe: «Sr. Vigário, tenho aqui umas notinhas de cem mil réis que me falta passar. O senhor quer? Largo-lhas por vinte mil réis cada uma.» «Deixa ver», disse o Vigário; e depois, reparando logo que eram imperfeitíssimas, rejeitou-as: «Para que quero eu isso?», disse; «isso nem a cegos se passa.» O outro, porém, insistiu; Vigário cedeu um pouco regateando; por fim fez-se negócio de vinte notas, a dez mil réis cada uma.
Sucedeu que dali a dias tinha o Vigário que pagar a uns irmãos negociantes de gado como ele a diferença de uma conta, no valor certo de um conto de réis. No primeiro dia da feira, na qual se deveria efetuar o pagamento, estavam os dois irmãos jantando numa taberna escura da localidade, quando surgiu pela porta, cambaleando de bêbado, o Manuel Peres Vigário. Sentou-se à mesa deles, e pediu vinho. Daí a um tempo, depois de variada conversa, pouco inteligível da sua parte, lembrou que tinha que pagar-lhes. E, puxando da carteira, perguntou se, se importavam de receber tudo em notas de cinquenta mil réis. Eles disseram que não, e, como a carteira nesse momento se entreabrisse, o mais vigilante dos dois chamou, com um olhar rápido, a atenção do irmão para as notas, que se via que eram de cem. Houve então a troca de outro olhar.
O Manuel Peres, com lentidão, contou tremulamente vinte notas, que entregou. Um dos irmãos guardou-as logo, tendo-as visto contar, nem se perdeu em olhar mais para elas. O vigário continuou a conversa, e, várias vezes, pediu e bebeu mais vinho. Depois, por natural efeito da bebedeira progressiva, disse que queria ter um recibo. Não era uso, mas nenhum dos irmãos fez questão. Ditava ele o recibo, disse, pois queria as coisas todas certas. E ditou o recibo – um recibo de bêbedo, redundante e absurdo: de como em tal dia, a tais horas, na taberna de fulano, e estando nós a jantar (e por ali fora com toda a prolixidade frouxa do bêbedo...), tinham eles recebido de Manuel Peres Vigário, do lugar de qualquer coisa, em pagamento de não sei quê, a quantia de um conto de réis em notas de cinquenta mil réis. O recibo foi datado, foi selado, foi assinado. O Vigário meteu-o na carteira, demorou-se mais um pouco, bebeu ainda mais vinho, e daí a um tempo foi-se embora.
Quando, no próprio dia ou no outro, houve ocasião de se trocar a primeira nota, o que ia a recebê-la devolveu-a logo, por escarradamente falsa, e o mesmo fez à segunda e à terceira... E os irmãos, olhando então verdadeiramente para as notas, viram que nem a cegos se poderiam passar.
Queixaram-se à polícia, e foi chamado o Manuel Peres, que, ouvindo atônito o caso, ergueu as mãos ao céu em graças da bebedeira providencial que o havia colhido no dia do pagamento. Sem isso, disse, talvez, embora inocente, estivesse perdido.
Se não fosse ela, explicou, nem pediria recibo, nem com certeza o pediria como aquele que tinha, e apresentou, assinado pelos dois irmãos, e que provava bem que tinha feito o pagamento em notas de cinquenta mil réis. «E se eu tivesse pago em notas de cem», rematou o Vigário «nem eu estava tão bêbedo que pagasse vinte, como estes senhores dizem que têm, nem muito menos eles, que são homens honrados, mas receberiam.» E, como era de justiça foi mandado em paz.
O caso, porém, não pôde ficar secreto; pouco a pouco se espalhou. E a história do «conto de réis do Manuel Vigário» passou, abreviada, para a imortalidade quotidiana, esquecida já da sua origem.
Os imperfeitíssimos imitadores, pessoais como políticos, do mestre ribatejano nunca chegaram, que eu saiba, a qualquer simulacro digno do estratagema exemplar. Por isso é com ternura que relembro o feito deste grande português, e me figuro, em devaneio, que, se há um céu para os hábeis, como constou que o havia para os bons, ali lhe não deve ter faltado o acolhimento dos próprios grandes mestres da Realidade – nem um leve brilho de olhos de Macchiavelli ou Guicciardini, nem um sorriso momentâneo de George Savile, Marquês de Halifax.
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Contado por Fernando Pessoa.
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(publicado pela primeira vez no diário Sol, Lisboa, ano I, nº 1, de 30/10/1926, com o título de «Um Grande Português». Foi publicado depois no Notícias Ilustrado, 2ª série, Lisboa, 18/08/1929, com o título de «A Origem do Conto do Vigário».

sábado, 13 de junho de 2015

FERNANDO ANTONIO DE BULHÕES - O LÍDER

Nesta data, 13 de junho, no ano de 1231, falecia em Pádua, Itália, o ainda jovem português de Lisboa, Fernando Antonio de Bulhões, aos 40 anos de idade.

Sua personalidade ilustre que engrandece a História da Humanidade, acaba por ser pouco conhecida como ser humano que foi dada a sua canonização pela Igreja Católica, e a crença popular que traz à mídia a imagem de Santo Antonio – o Casamenteiro. Na verdade, o homem Fernando Antonio foi um ilustre pensador que buscou por toda a sua vida fazer o bem ao próximo e refletir sobre a existência do ser humano nessa maravilhosa jornada que chamamos “Vida”.

A vida do grande líder Fernando Antonio é fonte de inspiração para pessoas como eu, que se encantam com indivíduos que fazem de sua existência razão de dignificação da espécie humana.

A Humanidade é a nossa (minha) missão. Para desempenhar tal desígnio, é preciso conhecer a História daqueles que podem nos mover a fazer dsta jornada algo prazeroso e construtivo, na contramão das desigualdades tão presentes e aparentemente acentuadas nesse mundo globalizado.

Em memória de Fernando Antonio de Bulhões, a minha saudação respeitosa.


Joper Padrão