quarta-feira, 26 de julho de 2017

O Rio clama por um novo rumo: INTERVENÇÃO JÁ!!!



No Domingo 23 de julho, em uma das praias da Cidade Maravilhosa, 91 cruzes negras foram fincadas na areia, simbolizando os policiais militares mortos ao longo dos primeiros meses de 2017.

Na parte da tarde a senhora Fernanda, viúva do sargento Hudson, morto no Vidigal, concedeu entrevista ainda no necrotério. Dizia ela: “Eu estou viúva sem marido, meus filhos órfãos sem pai, enquanto o governador do estado está em um SPA de 14.000 reais por semana”.

Pouco importa quem irá pagar essa conta no SPA. Importa, sim, saber que a pessoa que deveria estar no comando da gestão estadual nesse momento de indiscutível crise que se aproxima do caos social toma tal atitude. Afinal, doentes buscam em hospitais ou casas de saúde a recuperação de seus males. tentar explicar que um SPA também seja um local para tratamento de saúde não convence aqueles que buscam as UPAs e os |Hospitais públicos e deixam de ser atendidos por absoluta falência da máquina governamental. Soa, sim, como escárnio, pouco caso com os seus semelhantes.

Sexta feira, 14 de julho, após palestra que fiz ao final da tarde no IBMEC Rio, eu retornava ao meu lar quando no início da noite, às 20:00 hs, num engarrafamento, em local de grande trânsito e bem iluminado junto ao estádio do Maracanã, fui vítima de um atentado a minha vida, com o disparo de uma arma de fogo por alguém que nada me subtraiu; muito pelo contrário, me deu a chance de sobreviver para dar ainda maior utilidade a minha vida.

Com o braço direito dilacerado pelo tiro, e com forte hemorragia fruto do rompimento da artéria ligada a veia cava, consegui energia e lucidez para conduzir meu próprio carro até o hospital mais próximo onde mereci os primeiros socorros e a cirurgia ortopédica para recomposição do úmero dilacerado em fratura exposta. Do ocorrido, resta a paralisação de minha mão direita como resultado do rompimento do nervo axial. Como destro que sou, terei que me reeducar e superar as adversidades resultantes desse lamentável episódio.

Longe de mim a intenção de me vitimizar ou tornar-me mártir. No entanto, a mesma lucidez que tive me leva a profundas reflexões. Como terão reagido Roosevelt, Churchill ou Stalin nas doenças de que certamente padeceram durante a Segunda Grande Guerra? Terão eles buscado recuperação em estâncias de repouso de alto luxo em suas regiões? Ou terão se mantido com sobriedade a frente de seus postos de comando, inspirando seu povo a resistir e perseverar na direção da vitória?

Semana passada numa grande reunião em Brasília em que representantes do Governo Federal e do Estado reuniram-se para anunciar ao povo “nenhuma novidade”, como se socorro estivesse sendo concedido magnanimamente ao Estado do Rio, assistimos a lamentável entrevista do Governador que em atitude de espanto declarou publicamente que desconhecia que os reforços anunciados já se encontravam no Estado sob o seu comando. Se fosse o líder de nossa família, essas e outras atitudes levariam os familiares a pensar na interdição de uma pessoa que demonstra ter perdido lucidez e o senso de decisão. Como se trata de alguém eleito pela população, não há que se cogitar dessa solução jurídica. Porém a Constituição Federal aponta remédio legal para situações semelhantes às vividas pelo povo fluminense. Refiro-me ao artigo 34 que dispõe sobre as condições de intervenção da União nos Estados em situação de exceção.

Nestes dias de UTI e em meu leito hospitalar mantive minhas orações, constantes desde menino, em peço a Deus forças para ser útil a cada dia, a um número sempre maior de pessoas. Fruto dessas reflexões entendo que minha sobrevivência me impulsiona a propor que o povo fluminense e os cariocas como parte, tenha a altivez de clamar à Nação para que a União faça, sem maiores delongas, a sua parte cumprindo o disposto na artigo 34 da Constituição Federal.

Os cariocas viram a capital federal lhes ser subtraída e nada disseram à época. Fluminenses e cariocas viram a fusão dos seus Estados acontecer sem que nada tivessem dito na ocasião própria. Lembra o poema do niteroiense Eduardo Alves da Costa (No Caminho com Maiakóviski). Esse é, pois, o momento de tomarmos as rédeas de nosso destino e como povo apontar a solução: a aplicação do artigo 34 da Constituição Federal.

Da Tribuna Ivette de Castro Siqueira, do Rotary Club RJ – Tijuca, assim como na reunião Plenária do CR RJ, fiz estas minhas palavras ecoarem como sementes plantadas em solo fértil no coração dos que me ouçam ou leiam,  alcançando meus irmãos fluminenses e fazendo com que o clamor pela intervenção da União no Estado do Rio de Janeiro dê novo rumo à nossa História, virando a triste página do vazio governamental que nos faz temer mais e mais a cada novo dia.










Ilustração http://economia.estadao.com.br/blogs/o-direito-ao-seu-alcance/a-constituicao-da-republica-completa-27-anos/ colhida em 26/7/17

Nenhum comentário:

Postar um comentário