Servir é um instinto animal
Por instinto, animais se
inquietam com animais. Cães demonstram o senso de proteção de seus semelhantes
assim como aves e tantas outras espécies.
Também por instinto, animais se
inquietam com seres humanos. Na equoterapia cavalos propiciam a superação dos
desafios de pessoas com deficiências ou necessidades especiais. Cães são adestrados
como guias de deficientes visuais; identificam drogas camufladas; buscam
sobreviventes em escombros.
Por compaixão, seres humanos são
solidários com animais. Ao invés de sacrificar aqueles com deficiências, a
sociedade busca o desenvolvimento científico para a superação de circunstâncias
adversas. Próteses e órteses são cada vez mais comuns. O bico de um tucano pode
ser recomposto por uma prótese impressa em 3D com material derivado do milho
(ácido poli lático), restituindo a capacidade do animal se alimentar.
Pessoas se mostram solidárias com
animais e com outras pessoas, simultaneamente. Quando um animal de estimação se
sente perdido de seu habitat é comum que pessoas estranhas ajudem o animal em
demonstração de solidariedade ao seu tutor humano.
Seres humanos são solidários com
seus semelhantes. Basta lembrar as inúmeras organizações de voluntários como a
Cruz Vermelha Internacional, os Médicos Sem Fronteiras, o Exército de Salvação,
e os clubes de serviços como Lions e Rotary International, e tantas outras. São
comuns as demonstrações de apoio mútuo entre humanos, quer no cotidiano em
entidades como a Casa Ronald McDonald, quer em catástrofes ocasionais como os
salvamentos em inundações ou incêndios.
Por sua relevância na sociedade
moderna, a solidariedade foi reconhecida pelas Nações Unidas como um dos
valores fundamentais para as relações internacionais no Século XXI. Em setembro
de 2000, líderes de estado e de governo de
189 países se reuniram em Nova York para reafirmar
sua “fé na Organização e em sua Carta como fundamentos indispensáveis de um
mundo mais pacífico, próspero e justo”. Os valores considerados fundamentais
incluíam a liberdade, a igualdade, a
solidariedade, a tolerância, o respeito pela natureza e a
responsabilidade compartilhada.
Aristóteles afirmou que “nós
somos o que fazemos repetidamente. A excelência não é um ato, mas um hábito”. Aquele que desenvolve o hábito da
solidariedade como atitude espontânea, tende a ser reconhecido como pessoa que
faz a diferença em suas comunidades.
Liderar para servir
Desde suas origens primitivas, o
homem demonstra ser um animal que vive em grupos. Seu instinto gregário é
semelhante ao de outros animais. Busca estar entre seus comuns para se proteger
das adversidades.
Com a evolução da espécie
desenvolveu o espirito da família e cultuou seus valores.
A produção veio a requerer a organização
de grupos e estes fizeram surgir aqueles que se destacam entre seus semelhantes
para facilitar atingir objetivos comuns. Comandantes perfilam a frente de suas
tropas nas forças militares. Chefes conduzem as tarefas daqueles que lhes são
subordinados nas empresas. E quanto aos Líderes? Há quem se apresse em dizer
(por óbvio) que líderes lideram. Prefiro outra expressão: Líderes inspiram!
É atribuída a Agostinho de Hipona
(Santo Agostinho) a máxima de que “Palavras comovem ... e os exemplos arrastam!”
Perfeito!
É comum que se associe a prática
da liderança a outras pessoas com as quais lidamos em nossas atividades. Mas
será que liderar “os outros” é o maior desafio? Será liderar os colegas, os
colaboradores, os familiares? Ou será a própria pessoa o mais instigante de
todos?
Jacob Petry, em O Óbvio Que Ignoramos, conclui que “após
descobrir nossos talentos,
temos de definir um propósito claro e específico que nos ajude a dar um
sentido à nossa vida.”
A definição pelo próprio
indivíduo do sentido de sua vida lhe possibilita assumir a liderança de seu destino.
Servir em Equipe
Todas as equipes suscitam
expectativa por parte daqueles que as rodeiam, que com elas interagem, a
respeito de sua performance.
O trabalho em equipe é uma
permanente fonte de aprendizado. Cada membro deve sentir autoconfiança e liberdade
para exercitar a sua criatividade sem, contudo, ferir a disciplina e a harmonia
de atuação do grupo.
Superação, determinação,
persistência e perseverança são caraterísticas das equipes de grande desempenho.
Todos os seus integrantes devem
manter confiança mútua e se habilitarem a suprir as eventuais deficiências
daquele que atua a seu lado.
A resistência de uma corrente se
mede pelo seu elo mais frágil. Quer dizer que todos devem estar atentos a todos,
permanentemente, de modo apoiar aquele que, por circunstâncias da vida,
demonstre momentos de insegurança, de instabilidade, de debilidade, de
fraqueza, de modo que se sinta fortalecido e incentivado a perseverar,
persistir, superar a sua adversidade, sem jamais deixar de se sentir parte do
todo, da realização da equipe que integra.
Assim são as equipes: como correntes
humanas fortes e dinâmicas.
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