domingo, 24 de maio de 2020

Pensamentos, palavras e ações individuais constroem no presente o futuro da Sociedade


Tenho participado de inúmeras reuniões virtuais, boa parte delas a convite dos organizadores para contribuir com palestras sobre temas que têm sido motivo de minhas reflexões. Essas reuniões são organizadas por diferentes grupos sociais: entidades voltadas a projetos humanitários (como Companheiro, participo de reuniões de Rotary Clubs de várias partes do Brasil), de entidades associativas (ABES e ADESG são exemplos), movimentos acadêmicos (Veredas para o Futuro agrega valor extraordinário), e grupos de afinidades (os Líderes Multidimensionais tem feito rodadas de reflexões muito proveitosas).

Em paralelo, participo de grupos pelo Whatsapp em que pessoas dialogam por meio virtual. Trocam informações, veiculam mensagens, coisas do cotidiano. Cada um desses grupos é formado por um foco comum (por exemplo, as questões de segurança do bairro em que se reside), ou por uma organização de origem (como a entidade que reúne ex alunos de algum curso), ou por afinidades (os grupos familiares aqui se enquadram). Enfim, como propõe a modernidade das redes de relacionamentos.

Se decido aceitar a participação, procuro estar atento a toda a dinâmica e interagir sempre que sinto a capacidade de agregar algum tipo de contribuição, por mais modesta que seja.

As especulações sobre o dia de amanhã, e sobre o futuro de um modo geral tem sido tema recorrente. Eu próprio tenho instigado alguns desses grupos a tratar sobre o que eu venho denominando desde o início da Pandemia (e hoje assim dito, também, por muitos outros, inclusive pela grande mídia) como o “novo normal”. Cenários são traçados. Especulações são estabelecidas. Futurologia? Vontade de ver o mundo diferente? A questão que persiste é: o que é possível fazer, hoje, já que, segundo Mahatma Gandhi, “existem dois dias do ano em que não podemos fazer nada: o ontem e o amanhã.”

Hoje, o que posso fazer é agir, estar informado, aberto a capitar conhecimento consistente oriundo das mais diferentes fontes. Processar, analisar, fazer deduções e acima de tudo, me posicionar, sem medo de expor meus pontos de vista, de fazer como o semeador que espalha sementes sabendo que aquelas que repousarem em solo fértil germinarão e, a seu tempo, serão como árvores frondosas, que com generosidade produzirão bons frutos.

A velocidade dos acontecimentos, especialmente no Brasil, nos faz compreender que passamos por um Tsunami em que ondas gigantescas se sucedem. Até aqui eu vinha afirmando identificar 3 grandes ondas: a sanitária (que afeta a saúde de todos os seres humanos, sem distinção); a econômica (que coloca em cheque o sistema financeiro mundial concentrador de renda até aqui vigente), e a social (que escancara as discrepâncias propiciando até mesmo o risco de convulsões, dependendo do rumo que a economia se comportar e as distâncias de condições de vida em cada região).

Agora, aqui em terras brasileiras, fica evidente a formação de uma quarta onda: a política, fruto dos desacertos e das exacerbações por parte de personalidades da cena pública que, com desatinos e imprudências, parecem colocar em risco a estabilidade democrática.

Nessa quarta onda – a política, como é de sua origem, manifestações de adeptos deste ou daquele ator manifestam suas opiniões. Até aí, tudo bem. Faz parte do processo democrático. A diversidade de opiniões, tendências e pontos de vista é positiva. Contudo, pessoas de bem, que fazem uma sociedade que busca superar os seus desafios e construir o futuro pelas atitudes cotidianas, devem comportar-se com o decoro esperado de cidadãos que desejam, de fato, fazer a diferença na coletividade. Pensamentos são traduzidos por palavras (ou gestos) e estas levam a ações.

Pensamentos de agressividade, traduzidos em palavras de baixo calão, abrem espaço para a agressão, tenha a forma que tiver. Portanto, o palavreado deve nortear a comunicação entre pessoas de bem. A urbanidade nas relações jamais pode ser deixada de lado. Afinal, somos seres humanos, diferentes dos animais irracionais.

Nem mesmo o uso de palavreado chulo por personalidades deve ser argumento para a sua reprodução em redes sociais, por mais que alguns idolatrem aqueles que adotam esse linguajar em seu dia-a-dia.

Tive a oportunidade de lidar profissionalmente com uma pessoa de valor que se valia desse tipo de linguagem vulgar e imprópria às relações corporativas para impor o personagem que encarnava. Pessoas assim podem até achar que dessa forma impõem a sua posição. Ledo engano. Nem os gritos, nem os palavrões, tão pouco os gestos de agressão convencem. E, pior ainda, quando outros acham que a reprodução dessas atitudes são razoáveis ou acetáveis. Eu sigo o pensamento de Martin Luther King: “Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele.” Por assim pensar, reajo. Reajo em nome do bom senso e da manutenção das boas relações.


Pensamentos, palavras e ações individuais constroem no presente o futuro da Sociedade Façamos com que o novo normal seja promissor. E usemos o melhor do que nos foi ensinado nesse sentido, no sentido de elevar cada vez mais o ser humano como vitorioso em mais um de seus fabulosos desafios como esta Pandemia que o destino nos impõe.

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