Neste dia 24 de outubro de 2014 é celebrado o 69º aniversário da
existência oficial de uma das mais importantes organizações criadas para o bem
da humanidade e a paz entre os homens: as Nações Unidas.
Organizações
internacionais que precederam a ONU
A Revolução
Industrial trouxe grandes avanços para a sociedade moderna, mas também fez
realçar diferenças que sempre existiram entre os povos do mundo.
Em 1850 Londres era
a primeira cidade a mostrar uma tendência inexorável, quando a capital da
Inglaterra exibiu no meio urbano um contingente populacional maior que a
população rural naquele País europeu.
Desde o Século XIX
organismos internacionais foram criados para propiciar um ambiente de cooperação
em assuntos específicos. Assim surgiram a União Telegráfica Internacional em
1865 (hoje conhecida como União Internacional de Telecomunicações - ITU) e, a
União Postal Universal – UPU em 1874, organismos hoje transformados em agências
do Sistema das Nações Unidas.
Os problemas que
comprometiam a paz entre as Nações se avolumavam. O clima gestava a
beligerância, o que induziu à realização da primeira Conferência Internacional
para a Paz, em Haia, em 1899 e oito anos após, em 1907, a segunda rodada de
negociações para a elaboração de instrumentos para a resolução de conflitos de
maneira pacífica, para a prevenção de guerras e o estabelecimento de regras na
eventualidade da ocorrência de hostilidades.
Foi nesta segunda
Conferência Internacional para a Paz que Rui Barbosa notabilizou-se pela sua
participação decisiva na defesa do princípio da igualdade dos estados, atuação
que lhe rendeu o título honorífico de “O
Águia de Haia”.
Entre 1914 e 1918 o
Mundo via acontecer, com perplexidade, a Primeira Grande Guerra. Como reflexo,
após o armistício, o mapa da Europa Ocidental era redesenhado. Uma nova
correlação de forças regia as Nações de então.
Nesse cenário era
firmado em Paris, em 1919, o Tratado de Versailles que na sua Parte I, dedicada
ao Pacto da Sociedade das Nações, criava o organismo que viria ser conhecido
como a Liga das Nações, com sede em Genebra, cuja Carta foi firmada por 44
Estados.
A Liga das Nações,
predecessora das Nações Unidas, deixou de existir por causa da impossibilidade
de evitar a II Guerra Mundial.
A Organização das
Nações Unidas
Entre 1939 e 1945 a
Europa era palco de um conflito de dimensões até então jamais experimentado: a
Segunda Guerra Mundial, ou a Segunda Grande Guerra envolvendo todas as grandes
potências da época alinhadas em duas alianças militares opostas: os Aliados de
um lado e os países de Eixo do outro.
Ao ver a devastação
de dezenas de países e sentir a perda de milhões de vidas de seres humanos, a
comunidade internacional passou a nutrir um sentimento generalizado de que era necessário
encontrar uma forma para manter a paz entre os países.
Para gestar a
intenção de criar a ONU foram necessários anos de planejamento e dezenas de horas
de discussões antes do surgimento da Organização.
A denominação
Nações Unidas foi sugerida pelo presidente estadunidense Franklin Roosevelt e utilizada pela primeira vez na Declaração das
Nações Unidas, de 1º de janeiro de 1942, quando os representantes de 26 países
assumiram o compromisso de que seus governos continuariam lutando contra as
potências do Eixo.
Entre 25 de abril e
26 de junho de 1945 foi realizada em São Francisco a Conferência sobre a
Organização Internacional durante a qual foi elaborada a Carta das Nações
Unidas por representantes de 50 países presentes àquele evento de grande
magnitude.
Em 24 de outubro
daquele mesmo ano, após a ratificação da Carta pela China, Estados Unidos,
França, Reino Unido e a ex-União Soviética, bem como pela maioria dos países
signatários, foi formalizada a criação das Nações Unidas, data que marca a
celebração de sua fundação como o “Dia das Nações Unidas”.
A primeira Assembleia
Geral, realizada em 1946, em Londres decidiu que a sede permanente da Organização
seria nos Estados Unidos o que levou o empresário John D. Rockefeller Jr. a oferecer cerca de oito milhões de dólares
para a compra de parte dos terrenos na margem do East River, na ilha de Manhattan,
em Nova York sendo o restante dos terrenos doados pela administração pública da
cidade escolhida para sediar a nova organização.
Atualmente, além da
estrutura central em Nova York, as Nações Unidas têm sedes em Genebra (Suíça),
Viena (Áustria), Nairóbi (Quênia), Addis Abeba (Etiópia), Bangcoc (Tailândia),
Beirute (Líbano) e Santiago (Chile), além de escritórios espalhados em grande
parte do mundo.
O Brasil é membro fundador das Nações Unidas e participa de todas as suas
agências especializadas, além de destacar-se entre os vinte maiores
contribuintes da Organização em operações de paz e esforços de manutenção da
paz como no Oriente Médio, no ex-Congo Belga, em Chipre, Angola, Moçambique,
Timor-Leste e Haiti.
Em 1947 coube ao Diplomata brasileiro Oswaldo Aranha presidir a Sessão inaugural
Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas e proferir o primeiro discurso
oficial, donde decorre a tradição que perdura até os dias atuais de ser um
representante do Brasil a fazer o discurso de abertura das Assembleias anuais
até os dias de hoje.
Por dez vezes o Brasil foi eleito para integrar o Conselho de Segurança
da ONU e, junto com o Japão, é o País que tem servido por maior número de anos
como membro eleito.
Ao longo da História, o Brasil registra a participação em 33 operações
das Nações Unidas com suas tropas e diplomatas. Dentre estes, um destaque
especial para o eminente carioca Sérgio Vieira de Mello, morto em ação de paz
em Bagdá no ano de 2003, enquanto Alto Comissário das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, vítima de atentado terrorista que tirou a sua vida junto com
outras 21 pessoas que trabalhavam sob sua liderança no posto nas Nações Unidas
no Iraque.
O Rotary e as
Nações Unidas
A real dimensão das
relações históricas entre o Rotary e as Nações Unidas pode ser conhecida pela
adequada interpretação dos dados oficiais que retratam o importante papel dessas
duas grandiosas entidades..
É
fato, por exemplo, que as Nações Unidas reconhecem como “Membros Observadores” alguns poucos Estados
que não são membros e algumas organizações internacionais, organizações
não-governamentais ou entidades cuja soberania e status não são precisamente
definidos. No site da United Nations http://www.un.org/en/ga/about/observers.shtml é disponível a lista completa desses
“Membros Observadores”.
Algumas
organizações não governamentais que possuem um trabalho expressivo em questões humanitárias podem
adquirir o status de consultor junto à ONU. O Rotary International possui o status de “General Consultative”, o mais elevado dentre os três graus de
consultores (os outros dois são o “Special”
e “Roster”), destinado a organizações
não governamentais de atuação global, e que estão envolvidas em diversas
atividades humanitárias, extrapolando até mesmo o escopo das áreas de enfoque
da própria ONU.
Desde 1993 o Rotary International participa
nesse importante papel como General Consultative
do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas junto com organizações como o
Lions Internacional, Médicos Sem Fronteiras, Save The Children International, Hope International, Greenpeace
e outras organizações não governamentais de destaque pela sua incansável
atuação para o desenvolvimento da Humanidade. Em http://esango.un.org/paperless/Web?page=static&content=intro existe a definição completa dos tipos
de “Consultores” e a lista das entidades reconhecidas.
O Rotary possui uma
ampla história junto à ONU, estando presente desde a sua fundação até os
momentos históricos chave. Existem publicações oficiais que traçam essa linha
do tempo com riqueza de detalhes.
Especial destaque para atuação do Rotary
International, da Fundação Rotária, de parceiros e do Rotarianos no combate
à Poliomielite em apoio às ações da Organização Mundial da Saúde. Além de
vultosos investimentos financeiros, os Rotarianos formam um fabuloso
contingente de voluntários levando as vacinas às crianças em todos os países,
feito esse documentando pelo brasileiro Sebastião Salgado em sua notável obra
“O Fim da Pólio” editada pela Companhia
das Letras (ver em http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11711)
As Nações Unidas e
os desafios do Novo Século
Terrorismo, guerras entre países, conflitos étnicos e religiosos,
incompreensão, limites inaceitáveis à liberdade do “outro”; calamidades,
mudanças climáticas, aquecimento global, secas, inundações; fome, analfabetismo,
epidemias, falta de habitações, populações sem acesso a água potável e saneamento
básico; desigualdades econômicas,
desemprego, o poder pelo poder, espionagens, invasão de privacidade, e
uma lista interminável de problemas se acumula e cresce a cada dia com a
incansável criatividade do ser humano, desafiando as condições favoráveis à paz
e à compreensão.
As Nações Unidas precisam ser fortalecidas cada dia mais e mais como Fórum
privilegiado aonde as questões devem ser debatidas e equacionadas
preliminarmente como antídoto a tantas intervenções do ser humano em detrimento
de seu próprio desenvolvimento como espécie.
Os propósitos das Nações Unidas são:
· Manter a paz e a segurança
internacionais;
· Desenvolver relações amistosas entre
as nações;
· Realizar a cooperação internacional
para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e
humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades
fundamentais;
· Ser um centro destinado a harmonizar
a ação dos povos para a consecução desses objetivos comuns.
As Nações Unidas agem de acordo com os seguintes princípios:
· A Organização se baseia no principio
da igualdade soberana de todos seus membros;
· Todos os membros se obrigam a cumprir
de boa fé os compromissos da Carta;
· Todos deverão resolver suas
controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam
ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais;
· Todos deverão abster-se em suas
relações internacionais de recorrer à ameaça ou ao emprego da força contra
outros Estados;
· Todos deverão dar assistência às
Nações Unidas em qualquer medida que a Organização tomar em conformidade com os
preceitos da Carta, abstendo-se de prestar auxílio a qualquer Estado contra o
qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo;
· Cabe às Nações Unidas fazer com que
os Estados que não são membros da Organização ajam de acordo com esses
princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança
internacionais;
· Nenhum preceito da Carta autoriza as
Nações Unidas a intervir em assuntos que são essencialmente da alçada nacional
de cada país.
Atribui-se a Paul
Harris, fundador de Rotary, a afirmação de que “enquanto existirem dois seres
humanos sobre a face da Terra, Rotary será necessário”. Certamente esse
pensamento reflete a compreensão de que os homens tendem a gerar conflitos
pelas mais diversas razões. E como Rotary propugna pela paz e pela compreensão
entre os homens, o ideal de Rotary se fará necessário por todo o sempre.
Nações Unidas e
organizações como o Rotary caminham, cada organização em sua linha vocacional,
na direção do mesmo ideal: A PAZ e A COMPREENSÃO ENTRE OS HOMENS!
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce, disse de forma definitiva
Fernando Pessoa.
Deus quer, o homem
sonhou e as Nações Unidas são uma realidade que enobrece a sociedade. Vida
longa às Nações Unidas!
Joper Padrão do
Espirito Santo
Saudação às Nações Unidas
para o Rotary Club RJ – Lagoa
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2015
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