domingo, 26 de outubro de 2014



Uma Grande Prova
Neste Domingo Histórico, dia da votação em segundo turno para as eleições presidenciais e em alguns Estados em segundo turno, recebi uma sequência de mensagens pelo Whatsapp dando conta de uma denúncia de grande gravidade: o doleiro Youssef teria sido vítima de um atentado por envenenamento!
Eram mensagens de pessoas de meu relacionamento que merecem minha credibilidade, sem exceção.
Embora eu nada soubesse a respeito, logo veio à minha mente uma pergunta que faço a cada desafio que enfrento no dia-a-dia: É a Verdade?
Desde jovem eu ouço e leio em diversas fontes sobre a fábula atribuída a Sócrates, num suposto diálogo travado com Augustus, conhecida como “As Três Peneiras”.  Nos dias atuais essa fábula consta de tantos sítios na Internet que aparece até numa página do Senado Federal, transcrita no portal do servidor por Paulo Ricardo Meira (ver em http://www.senado.gov.br/senado/portaldoservidor/jornal/Jornal122/mania_escrever_socrates.aspx).
Nessa conversa, Sócrates diante de uma intriga formulada por Augustus a respeito de uma terceira pessoa teria logo respondido:
“Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?“
“- Peneiras? Que peneiras?”
“- Sim. A primeira, Augustus, é a da VERDADE. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?“
“- Não. Como posso saber? O que sei, foi o que me contaram!”
Anos mais tarde, em 1996, ao ser admitido como associado do Rotary Club do Rio de Janeiro – Tijuca, passei a lidar com uma máxima adotada pela organização internacional,  fruto da experiência de um empresário estadunidense de nome Herbert J. Taylor que em 1932, presidindo a empresa "Club Aluminum Company", estabeleceu um pacto com seus funcionários, do que  a Companhia emergiu do estado pré-falimentar. Conhecida como A Prova Quádrupla, essas indagações junto com o seu comprometimento com o quadro de funcionários e a sua postura ética nos negócios levou a Empresa à sua recuperação.
Os direitos autorais foram cedidos pelo Companheiro Herbert Taylor a Rotary International que patenteou a Prova Quádrupla nos seguintes termos:
“Do que nós pensamos, dizemos ou fazemos:.
1. É a VERDADE?
2. É JUSTO para todos os interessados?
3. Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?
4. Será BENÉFICO para todos os interessados?”
Desde que me tornei um rotariano passei, então, a adotar esses princípios como conduta pessoal em todas as minhas atitudes. Ora, hoje pela manhã mantive a regra.
Cada mensagem recebida sobre o suposto atentado ao doleiro foi prontamente respondida com a seguinte pergunta: “Será verdade?” E pouco tempo levou para que os emitentes logo começassem a dizer tratar-se de uma “suposta” informação de fonte confiável.
Naquele momento os brasileiros estavam se dirigindo às urnas e certamente um acontecimento dessa ordem poderia alterar o rumo da História. Então, dando trato às minhas caraminholas, pensei comigo mesmo: será que a tendência política em favor de determinado candidato seria motivo razoável para que pessoas de boa-fé se deixassem serem veículos de uma falsa verdade, para mudar a decisão do voto dos eleitores?
A cada uma dessas pessoas, a quem dedico atenção e respeito, respondi finalizando a troca de mensagens com uma sentença delicada, em que lhes disse: “Verdade, ou falsa verdade .... Lamentável!”.
Se verdade, lamentável que alguém tivesse tido a capacidade de ousar contra uma vida humana, fosse qual fosse a base de sustentação de um ato de atentado. Se falsa verdade,  lamentável que as pessoas de boa reputação se deixassem levar pelo calor do desejo de ver seu sonho realizado, fazendo-se porta-vozes de algo irreal.
Desse episódio, fica a lição do quanto essa é, foi e será uma Grande Prova – a Prova Quádrupla do que pensamos, dizemos ou fazemos. Como o mundo seria diferente se as pessoas tivessem sempre atentas a esses princípios de conduta.

Joper Padrão do Espirito Santo
(imagem colhida no site do Rotary Club de Santos - Vila Belmiro http://www.rcsvilabelmiro.org.br/prova_quadrupla/)

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